Resenha l Heartstopper: Minha Pessoa Favorita (Volume 2)
Heartstopper: Minha Pessoa Favorita (Volume 2), da autora Alice Oseman, traz a continuação da história de amor entre Charlie Spring e Nick Nelson. Antes do volume 1, Heartstopper: Dois Garotos, Um Encontro, a primeira aparição dos protagonistas acontece no livro “Um Ano Solitário”, também escrito por Oseman.
Após um primeiro beijo que terminou com Nick fugindo para não ser pego pelos amigos e Charlie indo embora frustrado da festa, tudo muda e os garotos acabam se distanciando, porque Charlie acha que cometeu um erro que acabou arruinando a amizade dos dois para sempre, enquanto Nick está mais confuso do que nunca.
Mas, tudo muda quando Nick cai na real e decide se desculpar com o amigo por fugir, com uma conversa bem franca em que ele expõe suas inseguranças e medo de sair do armário, já que sente que não está pronto porque ainda não entende completamente a sua sexualidade. Após essa mudança de perspectiva, eles decidem dar tempo ao tempo e continuarem se relacionando em segredo, já que percebem o quanto se gostam e o quanto um faz bem ao outro.
Na festa de aniversário de Charlie, Nick tem a possibilidade de conhecer melhor os amigos do garoto – Tao, Aled e Elle. Ele acaba escutando uma conversa importante e descobre como Charlie sofreu com o bullying no passado, o que faz com que ele reflita sobre a forma como o trata e pense ainda em contar para uma amiga sobre o relacionamento entre os dois.
No entanto, quando o inverso acontece e o passeio é com os amigos de Nick, o cenário é bem diferente e rola, inclusive, homofobia e agressão, o que faz com que a pressão para sair do armário aumente ainda mais. É muito delicado, realista e especial a forma como a autora resolveu tratar esses assuntos tão importantes. A narrativa envolve do começo ao fim, fazendo com que a gente se identifique e torça pelos personagens, nesta jornada de descoberta, aceitação e transformação.
Tudo acontece de forma sutil e natural, e quando vemos, os jovens já estão longe de ser como eram antes. Abertamente gay, Charlie ultrapassou a fase em que duvidava de si mesmo devido a todo bullying que sofria na escola, passando a ter certeza de seus sentimentos e de quem ele é. Enquanto isso, Nick cresce a cada momento, mergulha a fundo em si mesmo e finalmente se descobre como bissexual, decidindo enfim abraçar o amor que sente pelo amigo.
A construção e o desenvolvimento dos personagens ocorre de forma gradativa e natural, esbanjando representatividade. É impossível terminar a história não querendo mais, já que neste volume temos também ainda mais espaço para os personagens secundários, que dão espaço inclusive para a representatividade lésbica e trans. A boa notícia é que a história de Charlie e Nick está longe de acabar! O volume 3 “Heartstopper: Um Passo Adiante” já está disponível e o volume 4 “Heartstopper: De Mãos Dadas” chega em junho nas livrarias.
Já a venda em todas as livrarias do Brasil. Para ler a resenha do volume 1, Heartstopper: Dois Garotos, Um Encontro, clique aqui.