Crítica l Superando expectativas, Greta Gerwig cria adaptação perfeita de Barbie com dose certa de nostalgia e diversão

Da diretora Greta Gerwig, Barbie é estrelado por Margot Robbie e Ryan Gosling como Barbie e Ken, respectivamente. O longa chega nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 20 de julho.

No live-action da boneca mais famosa do mundo, lançada pela Mattel na década de 60, acompanhamos o dia a dia na Barbielândia, onde as bonecas vivem em completa harmonia. Tudo muda quando a Barbie de Margot começa a perceber que talvez sua vida não seja tão perfeita assim, se questionando sobre o verdadeiro sentido de sua existência. Logo, sua vida no mundo cor-de-rosa começa a mudar e ela é forçada a ir para o mundo real.

Produzir um filme sobre uma boneca, ou melhor, uma marca tão importante, é um desafio. A direção que Greta Gerwig decidiu na tomar é muito ousada e inteligente! O foco está em criar uma aventura divertida, nostálgica e emocionante, que trabalhe também com temas importantes e atuais. O grande acerto é o tom cômico, afiado e debochado que foi adotado na trama; de forma que a perfeição da Barbielândia expõe problemas sexistas do mundo real, através da crise existencial da Barbie estereotipada.

A dinâmica e o contraste entre o mundo cor-de-rosa e o real foram bem aproveitados, assim como a relação entre homens e mulheres, explanando e problematizando papeis sociais e o patriarcado. Tudo é muito autêntico, trazendo reflexões e boas doses de drama e humor. Ryan é a chave principal para tudo acontecer. Ele está perfeito no papel, com uma performance memorável que reacende sua veia cômica. Da mesma forma, Margot nasceu para ser Barbie. Ela é absurdamente adorável.

Simu Liu também entrega uma performance marcante, com um Ken excêntrico e divertido – principal rival de Ryan. Dentre as bonecas, Kate McKinnon se destaca com a Barbie Esquisita, deslocada por suas imperfeições. É aquela boneca destruída de tanto brincar, que toda criança já teve. E isso é muito legal!

O longa está cheio de referências e nostalgia dos brinquedos da Barbie, como caixas de roupas icônicas, casas sem paredes e carros pink (incluindo uma ambulância que se desdobra inteirinha). A direção de arte fez um trabalho belíssimo, tornando tudo lúdico e fantasioso. E a trilha sonora é um show a parte, essencial para contar a história!

Superando as expectativas, Barbie vem com tudo! O roteiro está muito bem feito, trazendo identificação principalmente para as mulheres, já que fala sobre as dores de viver em um mundo machista, em que sentir-se bem consigo mesma é um desafio diário, assim como corresponder as expectativas. Mas é claro que também pode agradar os homens, visto que pertencimento é algo universal e a história é de fato muito divertida, genial e bem construída, podendo render grandes prêmios no futuro. Pois sim, a Barbie merece!

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