Crítica l Série de O Menino Maluquinho toca na memória afetiva e traz um frescor para animações brasileiras

O Menino Maluquinho, a primeira animação brasileira da Netflix, estreia amanhã (12) na Netflix com 9 episódios. Na série baseada no clássico da literatura infanto-juvenil da década de 80 escrito por Ziraldo, a história acompanha o garoto de dez anos que pensa fora da caixinha e adora envolver todo mundo em suas aventuras – mesmo que elas não saiam conforme planejado.

Quando a trama começa, a vida de Maluquinho acaba de mudar completamente: seus pais se divorciaram. Como sua mãe conseguiu um emprego em uma nova cidade, seu pai se mudou para lá também para ficar perto deles. Agora, Maluquinho não está apenas em um mundo totalmente novo, mas divide seu tempo entre as duas casas de seus pais. Acostumado com a vida mais confinada em uma cidade grande, ele agora está livre para vagar pelas ruas e explorar sozinho ou com seu novo e incrível grupo de amigos.

Trazendo discussões e desafios da infância e adolescência, com temas bem comtemporâneos, essa adaptação é muito divertida, capaz de agradar não só os fãs do garoto com a panela na cabeça, como até criar uma nova geração de admiradores.

A história, muitas vezes caótica, mostra grandes ensinamentos sobre amizade e família, de forma leve e natural. Abordando ainda a importância de enfrentar seus medos, ajudar o próximo, ter responsabilidade e encarar as consequências – tudo abraçando o lúdico e a imaginação fértil, espontânea e sem limites que já conhecemos de Maluquinho. O garoto está incrível, altruísta, sapeca e com zero masculinidade frágil. Nunca tem tempo ruim para entrar em confusão ou para acudir os amigos, já que vê o mundo ao seu redor como um trampolim para um bilhão de novas aventuras – e ainda nos puxa para ver tudo através de seus olhos, assim como para questionar elementos ultrapassados e até motivar mudanças.

Com livros publicados em mais de 10 países que venderam mais de 4 milhões de cópias, a série vem não só para homenagear o cartunista Ziraldo como para reacender a chama guardada na memória afetiva de todos os brasileiros que desde a década de 80 se encantam com o personagem. Falando no nosso país, o elenco de vozes comandado por Marcus Pejon (Maluquinho) e Carol Roberto (Julieta), está incrível demais. Já a animação em si, está impecável, cheia de cores e elementos satisfatórios, além de muito bem ‘abrasileirados’ – o que só deixa grande expectativa para uma nova temporada!

Lembrando que essa não é a primeira adaptação da obra. Em 1995, Samuel Costa protagonizou a primeira adaptação sobre a história de Maluquinho. O longa, inclusive, ganhou sequência em 1997. Posteriormente, em 2006, o produtor Cao Hamburguer e a roteirista Anna Muylaert se uniram em uma série inédita para a TVE Brasil, mais tarde em posse da TV Brasil. Tamanho foi o sucesso na época que, no mesmo ano, a temporada de 26 episódios de 30 minutos cada passou a ser exibida pela TV Cultura e pelo Disney Channel. Em 2014, duas séries em desenho animado foram produzidas como parte da parceria de Ziraldo com a empresa Oca Filmes. A primeira, com 26 episódios em 2D, foi baseada nos quadrinhos, enquanto a segunda série em animação computadorizada foi baseada nos livros pré-escolares “Bebê Maluquinho”.

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